AIT tem reversão em até 24 horas, mas é um grave
sinal de alerta
Por
Especialista - publicado em 19/09/2013
Escrito
por: André Felício Neurologista
Especialista Minha Vida
Primeiramente,
vamos definir para você, leitor, o que significam as siglas AIT e AVC. Começarei pela sigla mais comum, ou seja,
AVC, que significa Acidente Vascular Cerebral. Do ponto de vista
prático, isso quer dizer que um indivíduo com AVC teve um déficit neurológico
(motor, sensitivo, cerebelar, visual, linguagem, etc.) decorrente de uma
isquemia ("entupimento" de uma artéria cerebral) ou hemorragia
("rompimento" de uma artéria cerebral) e este déficit durou,
obrigatoriamente, mais de um dia (normalmente, semanas ou meses), podendo
ocorrer recuperação parcial, total e, em alguns casos, sem qualquer
recuperação.
Basicamente, o principal segredo
estaria em evitar ambos, ou seja, controlar os principais fatores de risco
O AIT, por outro lado, significa Ataque
Isquêmico Transitório, ou seja, uma determinada artéria cerebral sofre um
"entupimento" e ocorre um déficit neurológico. Mas a grande diferença
entre o AIT e o AVC é que o déficit neurológico no AIT, necessariamente, será
reversível em até 24 horas - normalmente, é estabilizado em um tempo bem mais
curto. A grande questão sobre o AIT é que, embora estes indivíduos não fiquem
com sequelas, existe um risco enorme para que ocorra um AVC propriamente dito.
Assim, o AIT é um dos principais fatores de risco para o AVC.
E como impedir que um AIT vire um AVC?
Basicamente,
o principal segredo estaria em evitar ambos, ou seja, controlar os principais
fatores de risco modificáveis, como hipertensão arterial, tabagismo, diabetes,
dislipidemia e arritmias cardíacas. Isto é o que chamamos de prevenção
primária, e quer dizer que o indivíduo com esses fatores está em risco tanto
para o AIT quanto para o AVC, embora ainda não tenha apresentado nenhum dos
dois.
A outra
questão diz respeito aos indivíduos que já tiveram um AIT no passado. Estes
precisam de uma investigação detalhada para verificar qual ou quais fatores de
risco modificáveis estão presentes e tratá-los, incluindo uma pesquisa das
artérias cerebrais e extracerebrais, além do coração, que poderão apresentar
problemas passíveis de correção. Por exemplo, pacientes que tiveram um AIT no
território da artéria carótida interna esquerda terão um stent (tubo de
metal que evita que haja obstrução do fluxo sanguíneo) inserido naquela
artéria.
Em resumo, AIT é a ponta do iceberg para
um AVC. Logo, qualquer déficit neurológico transitório, especialmente em
indivíduos com fatores de risco cerebrovasculares, deverá ser investigado
cuidadosamente, não se subestimando suas possíveis consequências.
Dr.
Alexandre fisioterapeuta em natal CREFITO-1/7221-LFT
alexandre.fisio1973@gmail.com
alexandre.fisio1973@gmail.com
Parabéns pelo post Dr. Alexandre!
ResponderExcluirSuas dicas foram muito esclarecedoras.
Agradeço por compartilhar essas informações!
Abraços!