Densitometria óssea e colonoscopia são essenciais a
partir dos 50 anos
Por Carolina Serpejante -
publicado em 01/10/2013
O aumento
da população idosa é uma realidade também aqui no Brasil: nos últimos 30 anos a
expectativa de vida do brasileiro passou de 62 para 73 anos, segundo dados do
Ministério da Saúde. No Dia do Idoso (01 de outubro), o grande desafio é entender
como envelhecer de forma saudável, mantendo corpo e mente ativos. Nesse
cenário, é importante estar atento às doenças que têm como um dos principais
fatores de risco a idade - e nada melhor do que iniciar os exames de
rastreamento na faixa etária recomendada, ou então continuar fazendo aqueles
que, se já eram importantes antes, passam a ter atenção redobrada após a
meia-idade. Confira essa lista e não se esqueça: na dúvida sobre qualquer
alteração no seu corpo ou sintoma diferente, pergunte ao seu médico!
Hemograma
O
conhecido exame de sangue ajuda o médico a identificar diversos aspectos da sua
saúde ? principalmente os males do coração, que são mais incidentes a partir
dos 50 anos de idade. "É com esse exame rápido e simples que o médico
consegue avaliar índices importantes como o colesterol (tanto o LDL, o
colesterol ruim, quanto o HDL, conhecido como bom colesterol) e o perfil
lipídico, que revela se há ou não risco para aterosclerose, AVC ou hipertensão
arterial", explica o geriatra Clóvis Cechinel, do laboratório Pasteur, em
Brasília.
A
incidência de hipotireoidismo aumenta com o passar da idade, principalmente nas
mulheres. Isso porque na fase da menopausa é muito comum a mulher sofrer da
tireoidite de Hashimoto ou tireoidite crônica, doença autoimune em que o corpo
produz anticorpos que atacam a tireoide, fazendo deste distúrbio a principal
causa do hipotireoidismo.
"Durante o climatério, período em que as doenças autoimunes são mais
frequentes, é possível que o metabolismo de hormônios, como estrógeno, esteja
produzindo fatores desencadeantes para doenças autoimunes, entre as quais a doença de
Hashimoto", afirma a geriatra Silvia Prado, da equipe do Lar Sant'Ana.
Dessa forma, o exame de TSH é importante para verificar se há alguma alteração
significativa no funcionamento da tireoide que precise de tratamento.
O exame
de densitometria óssea é usado
para medir a densidade de nossos ossos, ou a massa óssea. "Ele usa um
aparelho especial de raio-x, e é o melhor exame para controlar a evolução da osteoporose e de seu tratamento", diz o
geriatra Clóvis. O controle com o exame geralmente é anual, mas a frequência
pode mudar conforme orientação. "A densitometria avalia o grau da
osteoporose e acusa a probabilidade de fraturas", lembra. Por isso mesmo
que é um exame de extrema importância a partir dos 50 anos, uma vez que nossos
ossos crescem somente até os 20 anos e sua densidade aumenta até os 35 anos,
começando a perder-se progressivamente a partir disso.
O câncer de cólon e reto tem,
entre os principais fatores de risco, a idade. O consumo de álcool, o tabagismo
e uma dieta pobre em fibras e rica em gordura são outros fatores de risco para
esse tipo de câncer. O exame consegue identificar alterações da mucosa do
intestino que podem evoluir para um câncer e o tratamento dessas alterações já
reduz o risco da doença. A colonoscopia deve começar a ser feita a partir
dos 50 anos de idade para pessoas sem histórico familiar da doença. Aqueles que
possuem fatores de risco devem incluir o exame na rotina após os 40 anos ou 10
anos antes da idade do caso mais precoce na família. "A colonoscopia
também pode ser indicada em investigação de dores abdominais, alteração do
hábito intestinal, hemorragias pelo ânus, diarreias e outras queixas
relacionadas", explica a especialista. Se os exames forem normais, devem
ser repetidos a cada cinco ou dez anos. Já o resultado alterado deve ser
repetido conforme orientação do médico.
Essencial
para quem é fumante, o raio-x de tórax é importante para avaliar o estado dos
pulmões após os 50 anos. "Apesar do câncer de pulmão não ser o
mais prevalente, é um tipo de câncer mais agressivo", afirma a
pneumologista Sandra Aparecida Ribeiro, da Sociedade Brasileira de Pneumologia
e Tisilogia (SBPT). Por isso, se o indivíduo é ou foi fumante, deve visitar um
pneumologista anualmente para detecção desse problema ? após a meia-idade esse
exame se torna mais importante, uma vez que quanto mais tempo de exposição ao
cigarro, maiores os riscos. A visita ao pneumologista também deve acontecer
sempre que a pessoa for vítima de gripes ou resfriados. Sintomas como uma tosse
que demora a se curar não podem ser ignorados. "O risco de o problema
evoluir para uma pneumonia é maior e pode levar o paciente à morte". Outro
cuidado fundamental é tomar as vacinas contra infecções respiratórias (gripe e pneumonia, por exemplo) disponíveis para pessoas
de mais idade em postos públicos.
O sistema
cardiovascular sofre diversas modificações com o decorrer da idade, que
culminam com o comprometimento da função cardíaca. "Ocorrem alterações
estruturais no coração, nas válvulas cardíacas e nas paredes das
artérias", explica a geriatra Silvia. Tais modificações acarretam em
diminuição da reserva funcional, limitando o desempenho cardiovascular durante
as atividades físicas e em outras situações de grande demanda. Por isso,
recomenda-se uma visita anual ao médico a partir dos 40 ou 50 anos, que fará
uma análise clínica do paciente, avaliando se ele apresenta fatores de risco
como obesidade e gordura abdominal - além de solicitar o ecocardiograma e medir
a pressão arterial. O eletrocardiograma é um exame que mede a frequência
cardíaca e suas oscilações se a pessoa está em atividade intensa ou repouso.
Isso ajuda o médico a encontrar alterações, como insuficiência cardíaca,
arritmias e outras cardiopatias. Junto do eletrocardiograma, é importante manter
as medidas de pressão arterial uma vez ao ano, mesmo para quem não sofre de hipertensão, ajudando na prevenção e tratamento
da doença.
A partir
dos 45 ou 50 anos, todo homem deve marcar uma consulta com um urologista
anualmente, pois o risco de um câncer de próstata ser diagnosticado nessa idade
aumenta. A investigação correta para a doença é feita com uma história clínica
completa, dosagem de PSA, toque retal e ultrassom de próstata por via retal.
"O PSA é uma proteína que a próstata normal pode produzir e o tumor de
próstata produz em quantidade muito maior", explica o geriatra Clóvis.
Esses exames devem ser feitos sempre e em conjunto, pois o toque retal nem
sempre pode detectar um câncer que apresenta dosagem de PSA, assim como de 24 a
40% dos tumores não apresentam altas dosagens da proteína PSA, não sendo
detectados pelo exame - mas podem ser pelo toque. "O exame de toque retal
também nos dá informações adicionais sobre a próstata, mesmo que não
relacionado à doença maligna, como a hiperplasia prostática benigna." Além
disso, o exame de toque também possibilita encontrar pólipos e fazer retirada
de pele para biópsia.
A
principal indicação da mamografia é para o rastreamento
do câncer de mama - e as
mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas da doença. "Isso
porque a exposição ao hormônio estrógeno (principal causador dos tumores) está
no auge com a chegada dessa idade", explica a geriatra Silvia. A partir
dos 50 anos, particularmente, os riscos entram em uma curva ascendente. Para
mulheres que não tem histórico familiar e são assintomáticas, a mamografia deve
começar a ser feita a partir dos 40 anos. Já para aquelas que possuem casos de
câncer de mama na família, a mamografia deve começar a ser feita 10 anos antes
do caso mais precoce entre as parentas que tiveram a doença. Por exemplo: se
uma mulher descobriu um câncer de mama aos 40 anos, sua filha deve começar a
fazer mamografias anualmente aos 30 anos.
Juntamente com a mamografia, o exame de Papanicolau precisa continuar a ser feito mesmo após os 50 anos - independente da vida da mulher continuar sendo ativa ou não. Segundo os especialistas, esse exame deve fazer parte da lista até os 70 anos. "É preciso ficar claro que algumas infecções independem disso e que esse é um exame importante", ressalta o geriatra Clóvis.
Juntamente com a mamografia, o exame de Papanicolau precisa continuar a ser feito mesmo após os 50 anos - independente da vida da mulher continuar sendo ativa ou não. Segundo os especialistas, esse exame deve fazer parte da lista até os 70 anos. "É preciso ficar claro que algumas infecções independem disso e que esse é um exame importante", ressalta o geriatra Clóvis.
Juntamente
com a densitometria óssea, o exame para detectar deficiências de vitamina D (25-hidroxi vitamina D) e cálcio no sangue e ossos é essencial para o
acompanhamento do risco de osteoporose a partir da meia-idade. "Quando os
níveis de vitamina D estão abaixo do normal, é sinal de que a associação do
cálcio nos ossos está ineficiente - já que a vitamina é responsável por essa
ligação", afirma o geriatra Clóvis. Além disso, também pode ser pedido um
exame de PTH - que indicam as quantidades do hormônio da paratireoide no seu
organismo. Isso porque, explica o especialista, o PTH está relacionado com a
absorção de cálcio e vitamina D pelo intestino e rins. Dessa forma, altos
níveis de PTH no sangue indicam que o cálcio pode não estar sendo utilizado
como deveria para o fortalecimento dos ossos, pois não consegue se ligar a
eles, e o corpo precisa produzir mais PTH para descartar esses minerais
circulantes no sangue. "Exames positivos para deficiência de vitamina D e
cálcio, em conjunto alguma alta dosagem de PTH, são bem suspeitos para acompanhamento
de uma futura osteoporose e podem indicar a necessidade de suplementação
vitamínica", ressalta Clóvis.
Também é
importante que ele possa verificar a creatinina, para averiguar as funções do
rim - uma vez que quanto maiores são os níveis de creatinina, menos eficiente
está o rim. "A creatinina serve de suporte para fazer o cálculo da taxa de
quanto o rim consegue filtrar das impurezas que estão passando ali", conta
o geriatra Clóvis. Com o passar da idade esse valor vai subindo gradativamente,
e a função renal também vai diminuindo como um reflexo do envelhecimento -
resta saber se esses níveis não resultarão em uma insuficiência renal mais
grave. Esse acompanhamento é ainda mais importante para pacientes com diabetes
e hipertensão, já que essas condições elevam o risco de complicações renais.
"A dosagem da creatinina é muito importante, pois ela pode aumentar de
forma assintomática, servindo de alerta para a possibilidade de uma doença
renal."
Glicemia de jejum
O risco
de diabetes tipo 2 aumenta consideravelmente a
partir dos 45 anos, principalmente por conta do aumento dos fatores de risco,
como obesidade - por isso, pessoas que tem histórico familiar da doença e não
fazem esse exame com frequência devem considerar incluir a dosagem na lista de
exames anuais a partir desse período. Portadores de diabetes tipo 1 fazem o
exame de glicemia de jejum com maior
frequência, pois precisam saber os níveis de glicose para ajustar a dose de
insulina a ser aplicada - nesse caso o exame é feito em jejum ou então antes da
próxima aplicação, usando um aparelho chamado glicosímetro. Portadores de
diabetes tipo 2 em uso de medicação oral e eventualmente insulina fazem o exame
com uma frequência menor, geralmente durante a consulta médica.
Exames oftalmológicos
Após os 50 anos, doenças como a catarata e o glaucoma têm maior incidência, daí a necessidade
de uma visita anual ao oftalmologista. "Grande parte das doenças dos olhos
são irreversíveis, então identificar o problema precocemente pode eliminar a
necessidade de cirurgias", afirma o oftalmologista Marco Antonio Alves,
diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. O especialista lembra ainda
que é possível identificar outras doenças silenciosas, como o diabetes e a
hipertensão, apenas por meio de exames oculares. "E mesmo quem já sabe que
é portador dessas doenças pode melhorar o controle clínico delas em uma
consulta oftalmológica", complementa.
Dr.
Alexandre fisioterapeuta em natal CREFITO-1/7221-LFT
alexandre.fisio1973@gmail.com
alexandre.fisio1973@gmail.com
Com a evolução médica em geral estamos vivendo mais e melhor, por esse motivo devemos nos preocupar cada vez mais com a saúde, principalmente na terceira idade, quando o organismo tem ações mais lentas em relação a complexidade das doenças.
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